quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

yaaaay! tenho que estudar isto e o Sem Orelha e o Fode Modelos

FICHA FORMATIVA SOBRE O REALISMO E O IMPRESSIONISMO1- O Realismo apresentou um programa plástico, estético e pictórico totalmente oposto ao Romantismo. Refere as condições sociais, económicas e culturais que contribuíram para a sua evolução.2- Observa o quadro ” As Respigadoras”, de Millet. Identifica as particularidades que fazem desta obra uma das mais representativas do Realismo.3- Uma das frases mais conhecidas de Courbet é: “ Jamais poderei pintar um anjo porque nunca vi nenhum”. Explica o sentido desta frase, inserindo-a no contexto do Realismo.4- No século XIX, o progresso da ciência e da tecnologia proporciona aos artistas novas formas de expressão e de relação com a realidade. Refere:a) A importância da produção de tubos de tinta.b) A importância da invenção da fotografia em 1839.5- Tomando como referência o texto da página 140, que condições existiam na sociedade oitocentista que favoreceram o desenvolvimento da fotografia.6- Segundo Giséle Freund , que relações se estabeleceram entre a fotografia e a estética realista.7- De que modo a fotografia veio” afectar “ a evolução da pintura no século XIX e que contribuições trouxe para a formulação do impressionismo.8- Salienta a importância da Escola de Barbizon no contexto da pintura oitocentista.8.1- Indica o nome dos seus principais representantes.9- Mais do que partirem de uma teoria ou de um projecto comum, os artistas impressionistas uniram-se em torno de um conjunto de aspectos que os opunha à arte oficial.a) Indica justificando, os pintores e movimentos que serviram de referência ao Impressionismo.b) Identifica as características temáticas, plásticas e técnicas do Impressionismo.c) Indica o nome dos seus principais representantes.d) Salienta o papel da fotografia e da gravura japonesa, no Impressionismo.e) Identifica a importância do Impressionismo para a posteridade.10-Identifica, justificando, os principais temas das obras de Renoir, Monet, Pissarro e Degas.11-A partir da observação da figura 91 da página 149 do manual, , indica as principais temáticas e influências na obra de Degas.12-A partir da figura 92, da página 149 do manual, identifica os aspectos mais importantes na obra de Claude Monet.Tópicos de resposta :1- Termo usado para referir a tendência que, em meados do século XIX, se manifesta na arte e na literatura, por oposição ao Romantismo. Opondo-se ao idealismo, à tradição académica, e ao gosto pelos temas fantásticos e literários, o realismo centra-se na representação e descrição de temas captados da vida quotidiana e da observação da realidade.Surgiu em França, entre 1845 e 1870, quando a pintura francesa sofreu uma revisão dos seus valores e dos seus princípios, abrindo caminho a uma nova manifestação pictórica, plástica e estética.Esta nova abordagem da pintura deveu-se: ao progresso da ciência e da tecnologia; aos acontecimentos sociais e políticos que tinham proporcionado uma nova renovação na moral, na ética e nos costumes.A pintura realista esteve particularmente ligada aos acontecimentos sociais e políticos que se deram em França entre 1848-52, entre eles a crise económica, as revoltas operárias, a revolução de 1848, a ascensão ao poder de Napoleão II.A consolidação da sociedade burguesa, industrial e urbana ao acentuar os desníveis sociais entre os detentores do capital e o proletariado, originaram grande conflitualidade social, dando origem ao desenvolvimento de movimentos contestatários e ao aparecimento de teóricos socialistas que defendiam o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.Surgem os socialistas utópicos como Proudhon, que questionam o papel da arte e do artista, considerando que este tem a obrigação de denunciar as injustiças e as desigualdades sociais.A laicização do pensamento e das mentalidades, assim como as doutrinas filosóficas do positivismo e do cientismo, contribuíram também para esta nova concepção artística. Contestando a tradição, o historicismo e o academismo os artistas desafiam as normas instituídas orientando-se para e representação objectiva da realidade percebida, optando por temas retirados do mundo contemporâneo e pela representação de pessoas vulgares, actividades quotidianas e paisagens reais.2- Millet representa, dentro da pintura realista, a tendência de maior compromisso político e social , denunciando as condições de vida das classes mais desfavorecidas.O quadro “As Respigadoras” , retrata um episódio do quotidiano rural, onde três mulheres se dedicam à apanha das espigas após a ceifa dos campos.As mulheres estão absorvidas pelo trabalho, denotam sinais de cansaço mas também de resignação perante a vida.As cores são sóbrias e a figura humana é representada respeitando a anatomia nas proporções e volumetrias.3- Courbet foi o iniciador e teorizador do Realismo na pintura. Conotado politicamente com as ideias socialistas e pela sua intensa actividade política, viu frequentemente os seus quadros rejeitados pelo Salon devido aos temas escolhidos . Representou paisagens , cenas sociais, retratos e auto-retratos – tudo temas retirados da realidade visível, facilmente identificáveis, na sua maioria personagens anónimas, que fixou em telas de grandes dimensões.Como pintor deste período inspirou-se em temas do mundo contemporâneo, representou pessoas vulgares, actividades quotidianas e paisagens reais. O facto de dizer que não podia pintar um anjo porque nunca tinha visto nenhum, prende-se com a ideia de que o artista só pode representar o que vê, e com a maior objectividade possível, sem dar livre curso à imaginação.4- a) A utilização da tinta em tubos permitiu aos impressionistas maior mobilidade para pintar os quadros ao ar livre, uma vez que podiam ser mais facilmente transportáveisb)A descoberta da fotografia em 1839, veio revolucionar o modo de representar a realidade.Inicialmente foi objecto de litígio entre pintores e fotógrafos, pois os pintores realistas temiam que esta nova técnica pusesse em causa o seu trabalho. No entanto, cedo se compreendeu que estas duas artes se podiam influenciar mutuamente. Assim alguns artistas utilizaram a fotografia como meio auxiliar para os enquadramentos e composição. Esta permitiu-lhes ainda rever as técnicas de representação da realidade.5- As condições favoráveis ao desenvolvimento da fotografia:. o desenvolvimento da ciência e necessidade de novas expressões artísticas;. a transformação social e económica que se operou no seio da burguesia e a ascensão económica da classe média que viu na fotografia um meio fácil e acessível de se fazer representar;. uma nova consciência da realidade política, social e económica;. o desenvolvimento do positivismo e do cientismo.6- Os pintores realistas tinham como finalidade a representação objectiva da realidade; defendiam que só se pode pintar aquilo que se vê; opunham-se à imaginação que consideravam não-objectiva;Consideravam que a atitude perante a natureza devia de ser absolutamente impessoal; o artista devia de pintar perante a natureza.Numa primeira fase o fotógrafo pretendia do mesmo modo captar o mundo visível7- A fotografia foi um grande auxiliar para as obras dos pintores impressionistas, ultrapassada a fase de disputa entre pintores e fotógrafos.Muitos pintores utilizaram as chapas fotográficas como auxiliares para as suas composições, para o estudo das perspectivas e até para análise dos efeitos luminosos. A pintura inspirou a fotografia ao nível temático, e na abordagem analítica da imagem, composição e enquadramento.8- Em 1830, um grupo de pintores franceses, abandonou a agitação da cidade e foram para Barbizon, a30 Km de Paris, para pintar a natureza , perante a natureza, ao ar livre. Estes pintores foram os iniciadores do Naturalismo tendência que se prolongou por toda a 2ª metade do século XIX. Os temas preferidos eram a paisagem em 1º lugar, mas também o retrato e cenas do quotidiano.Barbizon foi durante muito tempo uma referência importante para os pintores que se deslocavam a França, entre eles portugueses.Foram influenciados pelos paisagistas ingleses e holandeses.8.1-Os principais representantes desta escola foram: Rousseau, Daubigny, Corot.9- a) Os pintores Impressionistas utilizaram como referência para a criação de um novo modelo pictórico os pintores que ao longo do tempo tinham sido inovadores no processo criativo.Foram influenciados por: Turner, Delacroix, Constable ( devido à captação das ambiências atmosféricas); por Courbet e pelos pintores da Escola de Barbizon (Corot ), ( dos quais tomaram como referência a pintura ao ar livre).Do Realismo copiaram o interesse pelo quotidiano directamente observado. Foram ainda influenciados pela descoberta da fotografia, pelas gravuras japonesas e pelas descobertas científicas da luz, da cor e da percepção, resultantes dos estudos de Issac Newton, Chevreul e Thomas Young.E beneficiaram também do fabrico industrializado das tintas em tubo.b)Surgiu em Paris por volta de 1860 / 1870.Derivou de um grupo de artistas que se reuniam no Café Guerbois em Paris.Paris nesta altura era o centro artístico europeu por excelência.Era uma cidade cosmopolita, de grande efervescência intelectual e artística, local de reunião de artistas das mais variadas proveniências.As suas universidades e academias atraíam personalidades diversas e estudantes.A estabilização política e social, acompanhada de uma relativa prosperidade económica, favoreceram este clima de bem -estar e desenvolvimento cultural.É nesta cidade que se experimentam novos modelos artísticos, provenientes de uma geração que procurava a inovação.Foi neste ambiente que surgiu o Impressionismo.O Impressionismo, não se apresentou nem como uma escola nem como um movimento homogéneo de artistas.Os impressionistas revolucionaram a pintura quanto à forma de exprimir a realidade, desligando-a da representação fiel da natureza.A sua intenção era captar o instante de uma realidade em permanente mutação.O tema deixa de ser relevante. Estes pintores da vida moderna vão-se inspirar sobretudo:. nos momentos de ócio, de lazer e prazer quotidianos;. passeios ao longo do Sena;. nos encontros lúdicos nos cafés, restaurantes e cabarés;. nas festas nos espectáculos e nos acontecimentos mundanos.Preferiram a pintura ao ar livre, registando o instante luminoso, fugidio, em constante mutação. Daí reproduzirem o mesmo tema a várias horas do dia, em várias estações do ano, com condições atmosféricas diferentes.No Impressionismo, a pintura era realizada ao ar livre e executada no momento perante o motivo, o que excluía os estudos de composição e os esboços prévios.• Aplicavam cores puras, fortes e vibrantes directamente na tela , fragmentando os tons para melhor reproduzirem as vibrações luminosas.• A tinta era aplicada em pinceladas curtas, rápidas e impulsivas• As cores eram justapostas de acordo com a lei do contraste simultâneo, baseada no círculo de cores de Chevreul: cada cor tem tendência para colorir as cores mais próximas com a sua complementar (o vermelho e o verde realçam-se simultaneamente, assim como o azul e o laranja, o amarelo e o violeta).• Este técnica conduziu à desmaterialização da pintura, ou seja, quadros com aspecto inacabado e rugoso, de formas e volumes pouco definidos.• Cabia à cor a tarefa de definir o espaço e a fronteira entre as imagens, que deixaram de ser delimitadas pela linha do contorno.• O claro-escuro tradicional e o preto não eram usados.• O pintor pretendia captar uma dada realidade parcial, sensível e fugaz como era a da luz e os seus efeitos sobre a natureza, as pessoas e os objectos.a) Claude MonetAuguste RenoirCamille PissarroEdgar DegasBerthe Morisotd) Foi divulgada no Ocidente em meados do século XIX, e o seu conhecimento generalizou-se a partir da Exposição Internacional de Londres em 1862, onde foi apresentada uma grande mostra de estampas.• Este tipo de gravura não era caro, pelo que os artistas se converteram em ávidos coleccionadores de estampas.• Hutamaro e Hokusai foram os artistas que mais influenciaram os impressionistas.• Estas gravuras influenciaram a pintura ocidental devido às:• Cores puras, sem modulação cromática, sem claro-escuro e cercadas por uma linha.• Composições assimétricas, descentradas, em diagonal ou em linhas oblíquas.• As personagens podiam apresentar-se de costas, em grande plano ou cortadas, sugerindo que a cena se prolongava para além do enquadramento.• Temas eram sobre a vida quotidiana.10-Permitiu a evolução da pintura no sentido da modernidade ou seja a introdução do espírito científico e dos recursos técnicos da época, como base da evolução artística.Possibilitou um novo relacionamento do público com a arte ao diversificar os locais de exposição: foram criados espaços como o Salão dos Recusados, as Exposições dos Independentes e realizadas exposições nos ateliers.Deu origem a novas formas de abordagem do processo criativo .As saídas do impressionismo fundamentaram os percursos de Van Gogh no sentido do Expressionismo, de Cézanne para o Cubismo e de Gauguin para o Simbolismo.Possibilitou o relacionamento da pintura com novas linguagens artísticas como a fotografia e o cartaz.Ao nível temático: grande variedade de temas onde predomina a natureza, os momentos de ócio, de lazer e de prazer quotidianos.

NEO-IMPRESSIONISMO•A contribuição dos pintores impressionistas foi decisiva para a criação dos movimentos posteriores.•O impressionismo inicia o movimento das vanguardas que se desenvolverão nos finais do século XIX e início do século XX.• Estas vanguardas ligam-se e misturam-se entre si antes de se difundirem e criarem o seu próprio programa teórico e estéticoA maior parte dos pintores de vanguarda pós-impressionista passam por este movimento.Assim temos dentro das vanguardas: o Neo - Impressionismo e o Pós -Impressionismo;o Fauvismo ;o Simbolismo;Expressionismo;Cubismo;Surrealismo.•O termo neo-impressionismo foi criado em 1886 por um crítico de arte chamado Félix Fénelon, para designar um momento da pintura francesa que , se por um lado dava continuidade ao impressionismo , por outro era uma reacção contra ele.Aspectos que aproximam este movimento do impressionismo•Pintura ao ar livre•Temas do quotidiano•Paleta de cores claras•Preocupação com a representação da luz e da corIMPRESSIONISMO / NEO-IMPRESSIONISMOIMPRESSIONISMO:•Segunda metade do século XIX, em Paris.•Pintura intuitiva, espontânea, realizada perante o motivo.•Temas : momentos de ócio, de lazer…•Os artistas pretendiam captar uma dada realidade, parcial, sensível e fugaz, que era a luz e os seus efeitos nas pessoas e objectos.•Influenciados pelas descobertas cientificas da cor , da luz e da percepção, resultantes dosestudos de Issac Newton, Chevreul, e Thomas Young.A cor pura era aplicada directamente na telaA tinta era aplicada em pinceladas curtas, rápidas e impulsivasAs cores eram justapostas de acordo com a lei do contraste simultâneo, baseado no circulo de cores de Chevreul. ( cada cor tem tendência para colorir as cores próximas, com a sua complementar).•Cabia à cor definir o espaço e a fronteira entra as imagens, que deixavam de ser limitadas pela linha do contorno.•Principais representantes: Monet, Degas, Renoir, Sisley, Pissarro, Berthe Morisot…NEO-IMPRESSIONISMO :•2ª metade século XIX, em Paris.•Esboços ao ar livre, sendo a obra final executada em atelier.•Temas do quotidiano.•A obra deixava de ser a representação fugaz do momento, para se tornar numa sólida construção de cores, formas e linhas.•Seurat procurava transpôr para a pintura, as descobertas cientificas da química e da física, assim como os estudos e teorias sobre a cor e a óptica. As obras de Blanc, Rood e Chevreul, serviram-lhes de referência.•A técnica intuitiva da justaposição de tons sobre a tela, foi substituída pelo método da” divisão “da cor.•A base teórica deste movimento, era o “DIVISIONISMO”, associado à técnica do “ PONTILHISMO”, em que se fazia a divisão dos tons na paleta, sendo posteriormente aplicados cientificamente na tela, em pequenos pontos de cor pura.•As cores puras eram cientificamente colocadas, de acordo com a lei das cores complementares.. Nada era deixado ao acaso, e a obra deixava de ser a representação fugaz do momento, para ser uma sólida construção de cores, formas e linhas.•As figuras apresentavam-se geometrizadas e com contornos bem definidos.•Principais representantes: Georges Seurat, Signac , Pissarro…GEORGES ,SEURATFoi o principal representante deste movimento.Dedicou-se exaustivamente aos estudos científicos da cor e da luz.Ingressou na Escola de Belas Artes, foi aluno de Henri Lehman, discipulo de Ingres.Inspirou-se na obra de Delacroix e na dos artistas de Barbizon.Desenvolveu um método que consistia na justaposição , sobre a tela, de pequenos pontos de cor pura, que observados a uma certa distância, se misturavam na retina.A sua 1ª grande obra foi “ Banhistas em Asnières”, que serviu de preparação à obra “ Domingo à tarde na Ilha da Grande Jatte”, onde verdadeiramente aplica a técnica Pontilhista.Esta obra foi apresentada em 1886, na última exposição impressionista, e valeu a Seurat o reconhecimento como um dos lideres desta vanguarda artística.Das suas obras destacam-se: “ Um Domingo à Tarde na Ilha da Grande Jatte “; “ Os Modelos” e “ O Circo”.• Nos seus quadros nada é deixado ao acaso, à ideia artística espontânea, ao experimentalismo ou à imperfeição.• No que respeita à “ cor “ não existem transições suaves nem contrastes marcados.•Seurat morreu aos 31 anos.•Outros quadros representativos deste pintor são: “ OS MODELOS”, assim como cenas de Music-hall e do Circo." DOMINGO À TARDE NA ILHA DA GRANDE-JATTE"•Obra monumental, 2,05x3,04• Seurat trabalhou neste quadro durante dois anos .•Fez 72 estudos preparatórios, a óleo.•Foi exibida na última exposição impressionista em 1886, e fez furor quer pela novidade do tema modernista, quer pela técnica inovadora que apresentava , e pela aplicação pormenorizada e precisa dos minúsculos pontos de tinta.•Retrata parisienses gozando um dia de sol na Ilha da Grande Jatte.•Podemos observar: os barcos no Sena; pessoas de várias classes sociais sozinhas ou em grupo; várias pessoas estão representadas de perfil, reflectindo a influência do Antigo Egípcio, que Seurat estudava na altura; a moda de 1880 …•A tinta é aplicada de formas variadas: as manchas de tinta são cruzadas para obter o verde da relva, enquanto são aplicadas em camadas horizontais para a água.•As cores são reduzidas aos tons básicos;•As linhas são criadas na pintura pela limitação das áreas de cor ou pela obtenção de contrastes.•Resalta a poderosa estrutura do quadro , apoiada numa forte teorização . Notam-se as linhas horizontais everticais.•A moldura que envolve o quadro também é feita com a mesma técnica." OS MODELOS"•As figuras nuas, estão colocadas num espaço fechado.•Antes da aplicação Pontilhista o quadro teve uma imprimadura ocre.•No colorido perdomina o violeta-vermelho que unifica a tonalidade do quadro e que está particularmente presente no fundo.•Par dar um maior equilibrio o pintor juntou ao corpo dos modelos pontos laranjas e amarelos.•Este quadro surgiu na sequência de uma crítica que lhe foi feita, de que o Pontilhismo só podia ser aplicado à paisagem.

4 comentários:

Cat disse...

1) Questões relativas à mensuração de contructos psicológicos e às vantagens e limites da utilização de técnicas psicométricas no processo de avaliação psicológica.

Avaliação psicológica e testes  grande impacto social (à luz da história e estatuto da psicologia);
 identidade e especificidade da profissão do psicólogo.

Resultados do projecto “Contextos profissionais, tarefas de avaliação psicológica e utilização de provas psicológicas e utilização de provas psicológicas numa amostra de psicólogos portugueses” (Diniz & Almeida, 2005-06).

Inquérito por carta  1312 questionários
Questionários válidos  N = 265

A grande maioria (N =248) realizou tarefas de avaliação (ela está presente em todos os contextos de prática psicológica) e considera que o uso dos testes torna mais rigoroso (N = 229) e é distinto/identitário (N = 213) do trabalho do psicólogo.

Técnicas muito utilizadas:
• Entrevista  N = 232
• Provas de aptidões/inteligência  N = 175
• Provas projectivas  N = 110

Técnicas muito pouco utilizadas:
• Grelhas de observação  N = 32
• Escalas de desenvolvimento  N = 31

Provas psicológicas mais mencionadas pelos psicólogos quando lhes foi pedido para referir, por ordem decrescente, as cinco que mais utilizavam.

Aptidões/Inteligência
As provas de Wechsler, principalmente a WISC (WPPSI-R e WISC – III aferidas). Também assinalável a utilização da WAIS (nenhuma das versões está aferida; aferição em curso).

Matrizes Progressivas de Raven na versão Standard (jovens/adultos) PM38 e na versão colorida (crianças) PM47. Apenas esta última está aferida.

Bateria de provas de raciocínio/Bateria de provas de raciocínio diferencial (BPR/BPRD, aferidas) e a Figura Complexa de Rey (aferição em curso).

Menos usados são os testes de aptidões diferenciadas (DAT, PMA e GATB, todas aferidas) e outras tantas provas para avaliação de processos cognitivos básicos (TP, aferida; Bender, aferição em curso; Benton, não aferida).


Personalidade
Técnicas projectivas, principalmente Rorschach, suplantam claramente os inventários de personalidade.
Menor utilização do questionário NEO-PI-R (aferida) face às versões do MMPI, incluindo o Mini-Mult (todas não aferidas).

Técnicas expressivas, em particular do desenho da família.

Avaliação  processo de resolução de problemas, de testagem de hipóteses e de tomada de decisão.

Avaliação psicológica  descrição e análise de casos orientada para um problema ou pedido.

Não se esgota na aplicação de:
Provas psicológicas – descrição e estudo de grupos ou amostras orientado para a mensuração.


Contornos técnicos no uso dos testes psicométricos

Definição estrita de técnica psicométrica,
• Instrumento padronizado de mensuração de contructos psicológicos.
Padronizados na apresentação, na cotação e nos resultados fornecidos.

Definição alargada em relação com vantagens no seu uso,
• Objectividade  juízos fácticos sobre entidades psicológicas abstractas (conceitos);
 operacionalização de contructos;
 quantificação através de escalas de mensuração (pontuação de respostas).

• Economia  tempo e meios.

• Comunicação  linguagem universal (matemática, estatística), minimiza ambiguidade.

• Generalização  normalização de resultados; replicação de resultados (indivíduo e população).


2) Etapas do processo de construção/adaptação de provas de aptidões/inteligência e de questionários/inventários.

1ª Etapa - Definição do domínio de aplicação do teste: estudar constructo(s) (ex. ISES e suas dimensões B-E, RI pares e professores, EE) e população-alvo (ex. características sócio-demográficas, fases de desenvolvimento).


2ª Etapa - Início do processo de validação do teste: visa garantir que o teste mede o constructo que se pretende medir.

Validade de Conteúdo  Grau de relevância e representatividade dos elementos do teste para avaliar o domínio em questão: elaboração de instruções, itens (também a sua organização) e escala de resposta.


Especificar a função que cumprirá o teste (ex. rastreio rápido, diagnostico), por forma a decidir (também de acordo com a abrangência do constructo) qual o nº de itens a construir.

Nº final de itens = cerca de 1/3 dos inicialmente formulados.

Geração de itens feita a partir da teoria relevante para o constructo, de estudos empíricos, da experiência clínica, da opinião/experiência de peritos e/ou dos destinatários do teste.


3ª Etapa - Aferição
A validade de conteúdo radica num racional teórico em vez de num radical empírico (ou estatístico).
As restantes análises necessárias à validação dum teste assentam num racional estatístico.

1º) Pré - Teste - Análise de itens (poder discriminativo).

Seleccionar amostra da população-alvo.

Nmin  por convenção

1) Nmin = 8 x nº de itens + 50;
2) Nmin = 15 x nº de itens.

Provas de aptidões/inteligência - itens dicotómicos (ordinais: acertos ou erros).
Índice de dificuldade (ID) = nº respostas certas / nº participantes.

Excluem-se itens com ID ≤ 20% (difíceis), com ID ≥ 80% (fáceis) e com o mesmo ID.
Os outros ordenam-se por grau de dificuldade crescente.
Equilíbrio entre nº itens fáceis e difíceis.

Questionários/Inventários - itens dicotómicos e politómicos.
Inventários de personalidade (itens com escalas ordinais dicotómicas: V ou F).
Exclusão de itens com 95% ou mais de ocorrências de V ou F.
Questionários (a maioria tem itens com escalas ordinais politómicas: Likert e tipo-Likert).

Apreciação integrada de parâmetros estatísticos distribucionais.

É desejável obter:
• Respostas nos valores máximos e mínimos da escala de respostas;
• Mediana não coincidente com valores máximos ou mínimos;
• Valores de assimetria e curtose menores do que │1,25│.

Critérios de exclusão de itens:
Desvios grosseiros à curva mesométrica
• Assimetria│2.00│ e/ou curtose │7.00│ - moderada/não-normal;
• Assimetria│3.00│ e/ou curtose │21.00│ - não-normalidade externa.

Correlação item-total corrigido < .20 .

Por fim, organização aleatória dos itens (os bons) e, depois, intencional, para evitar o efeito de halo (erro fundamental).

2º) Pré - Teste - O mesmo do 1º pré-teste (necessidade de outra amostra quando se trata de testes de memória), mais estudo(s) de validade e precisão.

Validade de Constructo (depende da validade de conteúdo e da análise de itens).
Engloba todos os tipos de validade (Anastasi, 1990; Nunnally & Bernstein, 1993).

Até que ponto a evidência empírica e a teoria suportam as interpretações dos resultados do uso dos testes?

a) Evidência baseada na estrutura interna do teste
Validade Factorial
Spearman, criador AFE; análise da relação estrutural entre factores (constructos/ dimensões/ variáveis latentes) e itens (estímulos/ indicadores/ variáveis observadas). Hoje é comum o recurso à AFC.

Estrutura factorial tridimensional hierárquica (EISES: Diniz & Almeida, 2005)



Análise substantiva da estrutura factorial  Questão: Os itens são adequados para representar os factores?
Cargas factoriais standardizadas de reduzida magnitude (β = .40).
Cargas factoriais standardizadas de elevada magnitude (β = .80).

Respectivos coeficientes de determinação (quantidade de variância do item extraída pelo factor);
R2 = .16 (.40 x .40) ; R2 = .64

Validade Convergente  Variância média dos itens extraída pelo factor – VME > .50

[Σ (cfei2) ] / [Σ (cfei2) + Σ (ei) ] , onde
cfei = carga factorial standardizadas dos itens; ei = variância do erro dos itens (Fornell & Larcker, 1981)

Validade Discriminante  Covariância (quadrado da correlação) entre factores < VME.
Quando isto não acontece, por exemplo em estruturas bi-factoriais, colapsar todos os itens num só factor (redundância entre factores -> fusão dos factores).

• Os testes só são válidos se também forem precisos.
• Os testes podem ser precisos mas não ser válidos.

Consistência interna (precisão) dos factores. Pontos de corte (Nunnally & Bernstein, 1994);
• 70 para estados iniciais de construção de um teste;
• 80 para investigação básica (diferença entre grupos);
• 90 para investigação aplicada (diagnóstico individual).

[(Σ (cfei))2 ] / [(Σ (cfei))2 + (Σ (ei))]


b) Evidência baseada em relações com outras variáveis
Validade Convergente

Correlações estatisticamente significativas entre resultados de duas provas que medem o(s) constructo(s), ou constructos afins, quando aplicadas à mesma amostra.
(ex. Força da Fé Religiosa vs Atitudes Sexuais; Factor instrumentalidade ou sexualidade biológica.)

Validade Divergente
Correlações estatisticamente não significativas entre resultados de duas provas que medem constructos diferentes aplicados à mesma amostra.
(ex. Inventários da depressão vs Inventários da ansiedade).

Validade Relativa a Critério(s)
Critérios externos e observáveis (ex. Características sócio-demográficas e/ou comportamentos).

• Validade concorrente/discriminante
Capacidade para discriminar grupos conhecidos (ex. Factor Espacial  diferentes homens e mulheres).

• Validade preditiva
Caso particular da validade concorrente (ex. QI elevado  bons resultados escolares).

Como os métodos de teste da validade podem apresentar melhores ou piores resultados com base no acaso (isto é, idiossincrasias da amostra), devemos repeti-los noutras amostras.

• Validade Cruzada
Replicabilidade dos resultados antes obtidos em amostras independentes.

Análise da invariância da estrutura factorial de um teste:
• Com uma amostra de calibração (ex. selecção aleatória de 75% dos participantes, se o nosso N o permitir);
• Com outra(s) amostra(s).

• Validade Facial (critério menos importante)
Ligada à validade de conteúdo do item.

Fidelidade ou Precisão (dois métodos; Nunnally & Bernstein, 1994)

• Estabilidade temporal
Correlação teste-reteste na mesma amostra (2 a 3 semanas até um máximo de 6 meses, variável de acordo com tipo de constructo: traço, mais estável, logo mais tempo; estado, menos estável, logo menos tempo).

• Consistência interna
Método diferente do de Fornell & Larcker (1981).
Cálculo do coeficiente alpha de Cronbach: racional split-half ou bipartição.
Bipartição  Correlações entre as partes bipartidas  correlação média de todas as bipartições.

Pontos de corte para estabilidade temporal e consistência interna: critérios diferenciados de acordo com o uso do teste (Nunnally & Bernstein, 1994).

Deve verificar-se a precisão do teste e das suas dimensões (subescalas).

Não confundir consistência interna com homogeneidade ou unidimensionalidade dos itens: correlações bivariadas e correlação média inter-itens entre .15 e .50 (atenção à colinearidade inter-itens Rho ≥ .90).

Regra lógica para fazer exclusão de um dos itens: escolhe-se o item que tem “melhores” correlações bivariadas com os outros itens da dimensão a que ele pertence (as melhores são entre 15% e 50%).


3º) Pré-Teste – O mesmo do 2º, mas para resultados finais.

Elaboração do manual com dados normativos (e.g. percentis, notas t).
Aumentar a dimensão da amostra:
• Mínimo de 300 (idealmente grandes amostras, n>800, na apresentação de dados normativos).

Erros de amostragem
Ameaças à validade externa: problemas de representatividade da amostra e, consequentemente, de generalização de resultados.

Elevados custos (humanos e financeiros) para fazer uma amostragem aleatória e estratificada de uma população (mesmo numa escala não nacional).

Maioria dos estudos  amostragens não-probabilísticas
1) De conveniência
2) Intencionais via informantes privilegiados (vamos a uma instituição e perguntamos quais é que nos podem responder de acordo com o tema do nosso teste, e.g. deprimidos)
3) Intencionais de tipo snowball (falamos com uma pessoa, que fala com outra e essa com mais 5, etc. A amostra torna-se homogénea – pessoas muito parecidas umas com as outras)

2) e 3) suscitam enviesamento (cada um viés em particular)
3) em cada um dos degraus da cadeia, analisa-se cada um dos participantes e retiram-se sujeitos aleatoriamente.

Cada um suscita um viés em particular  tomadas conjuntamente minimizam-se esses efeitos e garante-se abrangência/heterogeneidade à amostra.

Problemas de abrangência da amostra  minimizáveis com número de participantes elevado e com uma correspondência, em termos proporcionais, de certas características da população na amostra (e.g. homens/mulheres, os diversos níveis de habilitações literárias). SPSS - select cases

Problemas  amostragens não-probabilísticas, amostras de pequena dimensão e pouco abrangentes.

Erros de não-amostragem
Ameaças à validade interna em razão de factores ligados ao testador e ao testado.

Testador
• Falta de clareza das instruções
• Itens ambíguos ou demasiadamente longos
• Insuficiente número de itens
• Amplitude insuficiente nas escalas de respostas aos itens em questionários
• Problemas na organização dos itens: efeito de halo em questionários; não seguir uma ordem crescente em termos de nível de dificuldade em provas de aptidões
• Má preparação das condições de aplicação
• Má administração da prova
• Cotações subjectivas
• Erros na inserção de dados
• Erros relacionados com teoria dos dados e teoria da inferência estatística (controlo do erro de medida)
Testado
Formas de respostas anómalas:
1) Acertos devido ao acaso em testes de aptidões/inteligência;
2) Muitos valores omissos;
3) Respostas anómalas.

i. Dependentes do conteúdo dos itens  atitude de resposta (response set – desejabilidade social);
ii. Independentes do conteúdo dos itens  estilo de resposta (response style – aquiescência (dizer sempre que sim), negativismos (dizer sempre que não), tendência para o centro de respostas ao acaso).

Processo de tradução (considerando Hambleton, 2001)
1) Por, pelo menos, dois tradutores independentes, dando origem a uma versão síntese consensualmente acordada. (ideal número ímpar para haver desempate)
2) Retroversão e comparação com a versão original da prova, conduzindo a uma versão final consensual.
3) Versão final e versão original inspeccionadas por um painel de, pelo menos, dois especialistas familiarizados com o domínio de avaliação da prova, bem como a língua do original  alterações na versão final (consenso) discutidas com os tradutores.
4) Ambas as versões são respondidas pelos tradutores e/ou peritos, para apreciar níveis de consistência nas respostas dadas aos itens  reformulação de itens com fraca consistência.
5) Aplicação - piloto da versão traduzida a pequeno grupo de sujeitos (pelo menos quatro) da população-alvo, distribuídos por género e capital social (e.g. com idosos: idosas analfabetas), com reflexão falada sobre dificuldade… A eventual reformulação dos seus elementos (instruções, itens, escalas de resposta) poderá conduzir à exclusão de itens.


3) Origens, evolução e funções das técnicas psicométricas no contexto da progressiva industrialização

Psicologia surgiu devido à Industrialização.

3.1) O pedido social: mudanças na infra-estrutura económica; discriminação e exclusão/inclusão. Os melhores vão trabalhar para as indústrias.
História económica e social
Transição civilização rural  civilização urbana e Industrial. Na sociedade ocidental.
Ascensão vertical da burguesia (nota sobre a reforma – protestantismo) e criação do homo-economicus.


Comercial, compram títulos  nobreza

Desde o renascimento (corporações) à Revolução Industrial.
Europa – agricultura
Inglaterra – nominalistas
França – realistas (Descartes)

Do trabalho do artesão à alienação do trabalhador assalariado (Lopes & Recto, 1983).

 A psicologia científica nasceu a partir de um pedido social
 Acontecimento “máquina-homem” fez surgir as ciências humanas, mais concretamente a psicologia científica e, em particular, da psicometria.

Sistema Máquina-Homem, um só sistema

(emitidos pela máquina)
Sinais Sentidos (captam através de sinais de tradução - conversão de um tipo de energia noutro)




Comandos Músculos (através deles o Homem age sobre os comandos da máquina)

Incremento de actividade mercantil (comércio) suscitado pelo fim do feudalismo (migração das populações para as cidades) e pelos descobrimentos (novos artefactos e novas matérias-primas).
Transição do trabalho em casa (artesão) para a concentração dos produtores  aparecimento das corporações.

Espaços fechados – permitem controlar o fluxo dos corpos.
Mestre conduz funcionários em redor da mesa de montagem, divisão de tarefas sequencial.
O Mestre concebe o produto (molde e matérias-primas); tarefas parcelares, repetitivas e não exigiam especialização.
Dá origem a muita produção mas pouca qualidade  modo de produção padronizado – leva a uma especialização de tarefas.

Aparecimento das máquinas substitui a mesa de montagem, tarefas parcelares tornaram-se mais precisas.

Dissociação entre o saber e o fazer.
Aparecimento das primeiras fábricas (máquinas a vapor e cadeias de montagem).
Aparecimento da máquina miniaturizada e do homem da industrialização.
Pediu-se à psicologia para “fabricar” o homem próprio para a máquina idealizada pelos engenheiros.


3.2) Contextos de aplicação e implicitações sociais: Sistema Educativo

• Processo que antecedeu a Revolução Industrial originou a divisão do Homem
(saber-fazer/alma-corpo).
• O conceito de Psicologia Científica liga-se, intimamente, com o de Industrialização.

Perda de pertença do homo-economicus (Vende a força do seu trabalho a troco de dinheiro. Antes o Homem era pertença do senhor feudal, depois das corporações.)

Instituições verticais – divididas em dois pólos
Pólo Dominante

subordina



Pólo Dominado

Segregação de ideologias – conjunto de normas e valores que regem o comportamento das pessoas na sociedade.

Althusser (1974) – Instituições - aparelhos ideológicos do estado (AIE)
Função dos AIE: (re)produzir um conjunto de valores e normas existentes na ideologia dominante que possibilitam o controlo da actividade de cada um (segregam ideologia).

Controlo abstracto – controlo através da palavra (dos discursos). Psicanálise surge neste contexto.

AIE mais importante  Família (Porque na família somos tratados com pertença. A autoridade é legítima. Prémio/Castigo)
Prepara o indivíduo para se adaptar e adequar ao funcionamento das outras instituições.
Produz uma ideologia de autoridade, moldando a matéria-prima com que laboram as Instituições Verticais.

• Instituições Verticais funcionam segundo o princípio da autoridade e a norma do Direito.
• Toda a estrutura social (Estado) é organizada em super-estrutura e infra-estrutura.

Super-estruturas:


Autoridade tem legitimidade para exercer poder.

Com a Revolução Industrial ocorreu uma mudança radical na infra-estrutura económica; mudou-se a base da pirâmide – deu-se um abrandamento da ideologia.

Igreja com menos poder, dá-se a morte e o nascimento de instituições, pois o pólo dominado começa a manifestar-se.

Contestação por parte do pólo dominado - Instituições produzem outros discursos (novos valores e normas) que justificam a autoridade (e o seu exercício) por parte do pólo dominante (preservam a ideologia).


3.2) Contextos de aplicação e implicações sociais: Sistema Educativo (Frank, 1982; Gould, 1992; Zazzo et al., 1978)

1º Movimento (início do séc. XX, até hoje)

“Ar do tempo”
• Mudanças na organização do trabalho
Início da miniaturização – mulheres também entram no mercado do trabalho.

• Mudanças na família  alargada vs. nuclear.

Necessidade de exercício de tutela do Estado sobre filhos dos trabalhadores.
Escolas com programas (moldes) para preparar mão-de-obra futura, evitando-se também a mão-de-obra infantil.

Origens do constructo de inteligência na Inglaterra Vitoriana (2ª metade do séc. XIX)

Enquanto que quer Wundt, quer Weber e Fechner, se preocuparam com certos “universais” da natureza humana, Galton (primo de Darwin) preocupou-se com o estudo das diferenças individuais.

Influência do trabalho de Quetelet  matemático belga que encontrou uma distribuição normal na mensuração de características individuais.

Galton: hereditariedade (inatismo da inteligência), eugenia e método correlacional (com Pearson).

Doutrina: associacionismo elementarista.
Capacidades sensoriais (mais simples, e.g. acuidade – capacidade visual)
 Capacidade mental (complexa, e.g. cálculo de pesos).

Londres, 1884: Galton aplica a milhares de pessoas, na Exposição Internacional de Saúde, a sua bateria de testes antropométricos e biométricos.

A doutrina, os resultados e as provas de Galton influenciaram vários estudiosos doutros países, e.g.
- Itália: escola bio-antropológica de Lombroso (criminosos);
- França: médicos alienistas  diagnóstico de inferiormente dotados em termos intelectuais (idiotia, oligofrenia);

Binet contesta o uso que os médicos faziam dos métodos de Galton (diagnóstico de deficiência mental).

1904 – Pedido do Ministro da Instrução Pública francês a Binet, no âmbito da massificação do Ensino Básico.

Necessidade sócio-histórica de saber se é possível predizer se a criança vai ou não cumprir o programa.
Crianças com insucesso escolar são um mau investimento para o Estado.
Estabelecer a “fronteira” entre uma criança normalmente inteligente e uma de inteligência inferior.

Escolas regulares para crianças com um mínimo de inteligência; para as outras, escolas e programas especiais.

Binet desvia-se da ideologia da inteligência da sua época (inatismo), mas não a desmente cabalmente. A inteligência também se constrói; Estimulação via exercício quotidiano.

Vai avaliar a inteligência enquanto aptidão (EMI; Binet & Simon, 1905); as razões pedagógicas (escolas) e o meio ambiente foram postos de lado na sua análise do insucesso escolar.

Preocupou-se com o mau uso dos resultados que podem servir, meramente, para excluir crianças das salas de aula por serem elementos perturbadores; questões de rotulagem e auto-realização de profecias.

O seu bom uso deve servir para identificar e ajudar as que podem ter, inatamente, dificuldades de desempenho escolar, mas que podem melhorar com ajuda especial (lógica de inclusão).
Hoje sabemos que certas faculdades podem compensar outras que estejam comprometidas (fenómenos de suplência: neuropsicologia, Hebb, 1964; Lashley, 1929).


3.2) Contextos de aplicação e implicações sociais: Sistema Educativo

Como é que Binet resolve o problema colocado pelo pedido do Ministro?
• Estruturação da escola em classes de idade  evitar a entropia (Teoria Geral dos Sistemas) na Organização.
• Contra-ponto da aprendizagem cooperativa (zona de desenvolvimento proximal - Vygotsky).

1905 – Cria o conceito de idade real  idade legal.

Constrói uma Escala (a 1ª saturada em factores “hospitalares”; a 2ª, em 1908, saturada em factores escolares) com n questões e vê quantas acerta a criança (selecção dos bons alunos, segundo informação dos professores).

São então apurados como padrão de resultados destas crianças
7 anos devem responder a n/4 questões
8 anos devem responder a n/3 questões
9 anos devem responder a n/2 questões
10 anos devem responder a n questões

Se uma criança de 8 anos responde a n/4 questões, ela tem 8 anos de idade real (IR) e 7 anos de idade mental (IM). Feita a equação temos: QI = IM / IR ( x 100, Stern, 1914).
Enviesamento na elaboração dos estímulos e na amostragem.

Vício de raciocínio de Binet: o resultado escolar é o resultado do QI.
Dolle – elevada capacidade de cálculo aritmético de crianças que não frequentam a escola.

Mira Stanback – os resultados escolares dependem:
1) do raio que separa a casa da criança da escola;
2) da interacção professor-aluno;
3) da expectativa de emprego.

Piaget – provas com estímulos não saturados em factores escolares, mas insucesso de jovens do Magreb.

No 1º Movimento temos uma avaliação centrada nas aptidões e capacidades intelectuais (hardware). Binet (inteligência inata, mas também adquirida  fenómenos de compensação de défices  inclusão) por contraponto a Galton (inatismo da inteligência  défices exclusão).


2º Movimento (início dos anos 1960 até hoje)
Massificação da escolaridade secundária: desigualdade social no acesso ao Ensino Superior.
(Bourdieu, selecção para cursos “nobres”).

Contestação dos pais e avaliação de interesses vocacionais (orientação vocacional  legitimação das práticas de professores). Avaliação de variáveis personalísticas (software).


3.2) Contextos de aplicação e implicações sociais: Sistema Produtivo (Frank, 1982b; Lopes & Recto, 1983)

1º Movimento (final do séc. XIX até hoje)
Rara a selecção em aprendizagem (mestre e aprendiz) por causa das mudanças na organização do trabalho (artesanal vs industrial).

Com a Revolução Industrial surgem necessidades que só podiam ter resposta através de processos objectivos de avaliação dos fenómenos.

Wundt (1879) tentou dar uma base experimental às especulações dos associacionistas empiristas escoceses do séc. XVII (e.g. Locke) – procura da compreensão da relação espírito (alma) – corpo.

Tentou sistematizar, objectivar e medir os estados de alma, via métodos fisiológicos e introspecção, mas não foi totalmente feliz.

Auguste Comte veta a psicologia mentalista – só é científico o que é verificável, factual, objectivo e, para isso, o sujeito (observador) deve ser exterior ao objecto de estudo.
Ora, na introspecção isso não acontece.

Afinal Wundt centrava-se no pólo alma da dicotomia de Descartes. A auto-reflexão não nos traz uma verdade verificável, segundo os critérios seguidos num mundo cada vez mais materialista do séc. XIX.

Foram Weber e, principalmente, Fechner (psicofísica - limiares de sensação) quem abalou o dualismo cartesiano, demonstrando claramente (1860), a unidade entre espírito e corpo.

Substituição do pólo alma por um aspecto observável e mensurável: uma estimulação fisiológica.
Alma-corpo  Estimulação-Reacção.
Aquilo que o Homem é, só se sabe através da observação desse Homem.

A psicologia passa a ter o estatuto de ciência positiva.
É aqui que encontramos o protótipo da reflexologia e do behaviorismo (binómio E - R).

Os estudos experimentais eram dirigidos para problemas e teorias gerais e não para as variações e diferenças individuais. Essas eram objecto do interesse de Galton.
Transição do séc. XIX para séc. XX – na industria (Taylor, 1911, depois de trabalho de 25 anos) o que interessava era avaliar a psico-motricidade (tempos de reacção – reacciometria iniciada por Galton).

Quando se tornou rara a selecção em aprendizagem e, durante vários anos, a selecção dos trabalhadores não especializados foi feita em praça pública.
Era mais um recrutamento ad-hoc do que uma selecção. Isto gerou contestação.

Necessidade de uma selecção (selecção ≠ recrutamento) dos operários cientificamente legitimada: avaliação do hardware, de qualidades sensoriais e motoras:
1) reduz-se a conflitualidade com o pólo dominado;
2) escolhem-se os trabalhadores mais aptos para operar com as máquinas construídas pelos engenheiros.
Objectivo da selecção – procura do Homem certo para o lugar certo; Antecipar o comportamento do trabalhador na empresa, prever o seu desempenho.

3.2) Contextos de aplicação e implicações sociais: Sistema Produtivo

1º Movimento (final do séc. XIX até hoje)

Homo-economicus vende a força e perícia do seu corpo a troco de um salário.

1913 – Watson legitima a visão do operário fabril como controlável (E-R, em função do reforço). A resposta do sujeito segue invariavelmente o estímulo.
O que interessa é estudar o estímulo – relação com taylorismo.

Basta o salário (estímulo) e o despedimento (reforço negativo) para que o operário se sujeite à organização científica com o trabalho.

Muitos operários não especializados, facilmente substituíveis. Se não, era substituível o mestre (engenheiro).

O taylorismo visava retirar a autonomia que restava ao factor humano: houve uma robotização do Homem.
O pensamento não interessava no processo produtivo, a actividade era alugada.
A margem de autonomia do indivíduo era prejudicial à empresa, pois era uma fonte de incerteza.

2º Movimento (desde a década de 1930 até hoje)

Grande depressão (1929 - 1931) – crise económica (super-produção), deixou-se de comprar, há mais oferta do que procura.

Salário já não funciona tão bem como estímulo, gerando aumento do absentismo no trabalho e abrandamento do ritmo da produção.

Fizeram-se leituras da organização do trabalho em busca de factores para aumentar a produtividade.

Empresa: conjugação de meios financeiros, tecnológicos e humanos.

Com a Revolução Industrial tudo melhorou, mas o factor humano ficou a perder…
O taylorismo não anulou as margens de incerteza devidas ao humano, transferiu-as.
Margens de incerteza transferidas – O absentismo, os acidentes no trabalho e a diminuição da produtividade tornaram-se bloqueadoras da gestão  factor humano. Então foi necessário estudar esse factor.

Viraram-se para o comportamento do trabalhador. 1932 – Tolman.
O que interessa é o estudo da resposta.

1926 – Já Woodworth (depois de, em 1917, desenvolver o 1º teste de personalidade) havia deslocado o behaviorismo do estudo do estímulo para o estudo da resposta. Variável organísmica  Homem – personalidade.

A resposta é função da situação (conjunto complexo de estímulos) e do organismo que a seleccionou (S - O - R; no caso do Homem, S - P - R).
Processo activo de adequação da resposta, por contraponto à sua dependência mecânica do estímulo conforme defendeu Watson.

Tolman (1932) foi influenciado pelos teóricos da psicologia social, que apontavam uma série de variáveis que actuam sobre o comportamento, às quais chamavam motivação.

Com a Revolução Industrial surge a Psicanálise / Behaviorismo  duas faces da mesma moeda, surgem ao mesmo tempo.

R (pretendida)

S ≠ discrepância diferenças em função motivação (mudança trouxe maior eficácia)

R (obtida)


Avaliação de variáveis intervenientes que eram de ordem personalítica, complementarmente à avaliação de aptidões (hardware): motivação, necessidades, personalidade  ligadas ao software.

Cat disse...

considerei tao valiosa a informaçao que partilhaste comigo e com os demais presentes que pensei por bem parilhar um pouco do que tb me fode a cabeça!

Houston disse...

nao vale! têm de ter pena de mim e não de ti! vens aqui ao blog tirar-me o prestigio... pff

o zé em viseu disse...

o ze tem tres putas. se alugar 2 putas por 300 euros cada uma:

a) com quantas puta fica.
b) qual a quantia que o zé arrecada.